REFLEXÃO SEMANAL:
VISÕES DE MENTES DESACELERADAS
Conheço inúmeras pessoas que vivem a mil por hora, como se o mundo fosse acabar no dia seguinte. Agem sem um mínimo de racionalidade, nunca refletindo sobre causas e efeitos dos seus procedimentos vexatórios, quase todos eles dando com os burros n’água, uma expressão que remonta à época colonial brasileira, quando tropeiros transportavam mercadorias em animais, onde em travessias de rios eles (os burros) muitas vezes morriam afogados, levando à perda de toda a carga e do trabalho realizado.
No mundo agitado atual, com muita virtualidade e escassa espiritualidade sementeira, manter a calma requer algumas reflexões balizadoras, elaboradas por um sábio monge zen-budista coreano, algumas delas reproduzidas abaixo, por solicitação de amigo místico sulista que quase se findou por autoimolação, após perder quase tudo do seu ponto comercial, por ocasião das enchentes acontecidas na capital gaúcha. Hoje, plenamente recuperado comercialmente, agradece aos céus as reflexões lidas num livro presenteado por um budista amigo. O livro: AS COISAS QUE VOCÊ SÓ VÊ QUANDO DESACELERA, Haemin Sunim, Rio de Janeiro, Editora Sextante, 2017, 256 p. O autor já vendeu, nos quatro cantos do mundo, mais de três milhões de exemplares, em reedições sucessivas provocadas por suas palestras, que orientam como manter a calma num mundo cada vez mais agitado, repleto de agressões dos mais variados quilates, inclusive por meios aéticos da IA – Inteligência Artificial, onde até celulares, com baterias mal fabricadas, estão explodindo nos interiores dos aviões de carreira, com causas ainda não seguramente investigadas.
Uma amostra das reflexões do sábio Haemin, indutora de novas leituras próximas:
– Quando tiver uma sensação desagradável, não se prenda a ela nem a fique remoendo. Em vez disso, deixe-a em paz para que possa fluir. A onda de emoção vai recuando naturalmente se você não a alimenta, pensando nela sem parar.
– Quando alguém critica uma pessoa, você pode pensar que foi merecidamente. Mas se você olhar mais atentamente, perceberá que o crítico está reclamando porque não conseguiu o que queria. Não seja tão facilmente influenciável.
– Se quero convencer alguém, primeiro escuto a pessoa com atenção e tento entendê-la. Mesmo que eu esteja certo, ela não vai se convencer, a menos que se sinta ouvida e respeitada.
– Se você acha que é superior ou inferior a alguém, uma parede se erguerá entre vocês. Trate o outro como um velho amigo que você não vê há algum tempo. Quando você baixar a guarda, ele fará o mesmo.
– Uma das piores sensações é acreditar que você não é importante. Olhe à sua volta. Será que você ignorou alguém de propósito ou intencionalmente?
– Um tolo pensa: “eu já sei isso”. Ele impede qualquer ideia nova de entrar na própria mente. Um sábio pensa: “não sei a história toda”. Ele se abre, então, para uma sabedoria sempre crescente.
– Que as pessoas saibam a diferença entre a certeza de sua fé e a tolice de atacar outras crenças. Que a fé nunca se torne uma arma ideológica para justificar qualquer violência.
– Precisamos capacitar três inteligências para nosso bem-estar existencial: a inteligência crítica, a inteligência emocional e a inteligência espiritual. Se algumas delas é deixada de lado, atrapalha o crescimento das outras duas.
– Quanto mais sabemos, mais achamos que não sabemos. Enquanto muitos quanto menos sabem, mais se acham detentores de um pensar global.
Finalmente, em nossa atual caminhada terrestre, ampliemos sempre a confiança nos amanhãs a percorrer, posto que ter continuada confiança é um mantra que deve estar sempre em nosso interior de caminhante em direção à Luz Infinita.
